Psicoacústica é um álbum de estúdio da banda brasileira de rock Ira!, lançado em 1988. Está na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil. Gravado no estúdio Nas Nuvens no RJ no mês de novembro de 1987 a janeiro de 1988 e lançado em maio de 1988 pela WEA. O terceiro disco do Ira! já foi chamado de tudo: maldito, visionário, ousado, suicida. A começar pela decisão do quarteto de abdicar de um produtor para o trabalho. Apenas os integrantes e o engenheiro de som português (que viraria um mega produtor no futuro) Paulo Junqueiro seriam suficientes – nenhum grupo de rock nacional nascido nos anos 80 havia feito proposta semelhante às suas gravadoras. Concluído, o trabalho não deixava dúvidas quanto aos méritos. Os problemas ao redor da obra, no entanto, foram vários. A gravadora não conseguiu achar uma música de trabalho. As faixas eram compridas e consideradas difíceis. A reflexiva “Pegue Essa Arma” foi a encarregada de puxar o disco e já determinou seu fracasso – apenas 50 mil cópias vendidas, 200 mil a menos que o antecessor Vivendo e Não Aprendendo. Apesar de reunir rocks sublimes como “Poder, Sorriso, Fama” e “Manhãs de Domingo”, nos quais o guitarrista abusava de camadas, efeitos e recursos de produção da época, Psicoacústica chocava o ouvinte pela ruptura com o passado recente do Ira!. ”Advogado do Diabo”, um rap sobre base de pandeiro, foi fundamental para o surgimento do mangue beat. Chico Science era tão maluco pela música que chegou a incluí-la no repertório da Nação Zumbi. Por ter antecipado tendências e reunir as melhores canções adultas da banda, o disco manteve seu frescor por todos esses anos. Jogou o Ira! no ostracismo, mas isso é só um porém. Nasi confirma: “Faríamos tudo de novo, nunca achamos que tínhamos dado uma bola fora”.
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